Os profissionais brasileiros depositam mais confiança nos seus empregadores do que nos chefes e colegas, segundo estudo da consultoria EY. Globalmente, salários baixos, falta de oportunidades iguais nas promoções e liderança fraca são os principais motivos para profissionais desconfiarem das organizações onde trabalham.
O estudo da EY falou com cerca de 9.800 profissionais do Brasil, China, Alemanha, Índia, Japão, México, Reino Unido e EUA. Na média global, menos da metade dos entrevistados diz confiar bastante em seus atuais empregadores (46%). Mais profissionais confiam no chefe direto e nos colegas de trabalho (49%, nos dois casos).
Já no Brasil, o volume de profissionais que deposita confiança na empresa é maior (59%) que a média global e que o número de brasileiros que confia no chefe direto (56%) e nos colegas (55%). O Japão é o país mais “desconfiado” – lá, apenas cerca de 20% dos entrevistados dizem confiar em empregador, chefes e colegas. Já a Índia e o México têm mais profissionais confiantes, ambos registrando mais de 60% em todos os casos. Globalmente, os profissionais mais velhos depositam mais confiança na empresa, chefe e colegas, enquanto entre os jovens da geração Y o maior nível de confiança aparece em relação aos chefes diretos.
Globalmente, os motivos mais citados pelos profissionais que não confiam nos empregadores foram salários considerados injustos, falta de oportunidades iguais na remuneração e nas promoções dentro das empresas e a falta de uma liderança forte, bem como o alto índice de rotatividade entre os funcionários, seja ele voluntário ou não. Na hora de avaliar os chefes, a comunicação ruim foi a maior responsável pela desconfiança, aparecendo em fatores como falta de transparência e de reconhecimento pelo trabalho feito. Já a confiança nos colegas é prejudicada pela falta de qualidade no trabalho e pela pouca colaboração.
Para Nancy Altobello, vice-presidente global de talento da EY, os principais fatores responsáveis por construir confiança nas organizações são uma cultura corporativa que valoriza a comunicação transparente e uma liderança mais inclusiva. “Executivos que entenderem os aspectos que impactam a confiança dentro das suas organizações serão mais capazes de gerar engajamento e retenção, e funcionários mais engajados formam equipes de melhor desempenho”, diz.
Fonte: Valor Econômico, por Letícia Arcoverde, 16.08.2016